Ética e cancelamento

Texto por Paula Ferreira Ehrenberger

Pessoas gostam da sensação de poder e imposição sobre o outro, e sentem-se bem ao saber que estão fazendo diferença no mundo de forma positiva. Atualmente, quem age de forma antiética é cancelado, então, em teoria, quem cancela “faria a diferença no mundo virtual e real”. Mas, afinal, seria ético excluir alguém por ter agido de forma julgada “politicamente incorreta”? Para compreensão do conceito da Cultura do Cancelamento, Tatiana Lobosque, professora de filosofia do colégio Jean Piaget,  explica o conceito de ética e moral aos alunos do 1° ano do ensino médio:

“A moralidade nasce quando o ser humano vive em sociedade e entende com profunda clareza o que isso significa […]” comenta Lobosque, dando início a sua explicação sobre o processo de desenvolvimento da consciência moral, apresentado por Jean Piaget. De acordo com a professora, o ser humano passa por 4 etapas para a formação da consciência moral. A primeira fase é a Anomia, na qual o bebe não tem consciência para ter regras. A segunda é a Heteronomia, que depende dos preceitos apresentados pelos pais, professores, ou instrutor da criança, em relação ao que é certo e errado. A terceira fase é a Socionomia, em que o indivíduo comprova seus ensinamentos por meio da interação social. Por fim, a última fase é a Autonomia, na qual a pessoa passa a aplicar a sua “lei própria” e tem capacidade de decidir fazer o certo ou errado, dentro dos seus conceitos individuais de consciência moral. 

“Então poderíamos dizer que o certo e o errado variam de pessoa para pessoa. […] A liberdade de expressão é ter direito de dizer aquilo que pensa, mas entendendo que existe o respeito ao próximo.” Concluiu Taiana, dando início a conversa interativa com os alunos, em que comentou: “ A cultura do cancelamento é totalmente hipócrita, porque quem cancela não critica alguém pelos seus atos, mas sim julgam. A crítica aconteceria se tivesse um estudo envolvido, mas as pessoas julgam sem nem mesmo saber o contexto na maioria dos casos. […] a maneira correta de instruir alguém a mudar de opinião é reeducando, não cancelando. […] Eu imagino que para os adolescentes que tenham ansiedade deve ser ainda pior, porque a pressão de não poder errar que essa cultura impõe faz com que as pessoas pensem que elas devem ser robozinhos perfeitos, mas não é assim que funciona.”

Por outro ponto de vista, se imaginarmos que o mundo é como uma corte tribunal, os juízes são usuários anônimos de redes sociais, as leis são baseadas na ética, a fraude julgada é uma frase sua publicada no Twitter há 5 anos atrás e quem vai ser condenado é você. Seu advogado estudou o caso e descobriu que ele não tinha como te ajudar com leis subjetivas e não concretas. A imprensa publicou seu caso, ocorrendo uma repercussão maior, o número de compartilhamentos aumentou e seu advogado decidiu recusar sua defesa, você não tem ninguém para te defender. Ocorreram algumas superstições negativas da frase postada e os juizes, para evitar escândalos, julgaram você culpada. Voltando para o contexto normal, você foi cancelada, seus pensamentos de 5 anos atrás te levaram à prisão perpétua da liberdade de expressão nas mídias sociais.

Você gostaria de viver num mundo no qual você será julgado em qualquer comentário, like, postagem, e basicamente em qualquer outra situação da sua vida? O que você acharia de viver em um tribunal onde quem é julgado é você? Acredite, nenhum advogado ou juiz gostaría.

O artigo na Veja, de Fernando Schüler, “A Nova Era das Bruxas”, comenta sobre a provocação escrita pela jornalista Anne Applebaum sobre a cultura do cancelamento. “Bem, aqui nos Estados Unidos é possível encontrar pessoas que perderam tudo – empregos, dinheiro, amigos – sem violar nenhuma lei. Apenas sob acusação de quebrar códigos sociais relacionados à raça, sexo, comportamento ou humor”, comentário citado de Anne sobre o radicalismo dos americanos em relação ao tema específico. Concordando com ela, Fernando faz um comentário sobre temas passados que voltam a ser julgados hoje sem contexto, e sem estudos críticos “Li em um artigo que as pessoas têm que assumir a responsabilidade pelo que dizem[…] Dizem o que e quando, exatamente? Um tuíte de cinco anos atrás, num contexto bastante específico? […] Há quem goste desse tipo de justiça tribal. Ou justiça à moda Twitter, sentença de até 280 caracteres e juízos feitos à base de likes e compartilhamentos.”

Recomendações:

  • Black Mirror (temporada 3, episódio 1);
  • Black Mirror (temporada 3, episódio 6);
  • O Dilema das Redes Sociais.

Redes sociais e política

Texto por João Victor Pereira Couto

É de grande relevância que a internet é praticamente indispensável como um meio de comunicação, uma vez que temos redes sociais, sites de bate-papo e canais de notícias, nos quais as pessoas podem se conectar mais de perto e entender o que está acontecendo no mundo. As mídias sociais romperam com os papéis sociais cognatos à regulamentação e ao compartilhamento ideológico. Entretanto, tais mídias são ótimas para ações ilícitas que prejudicam todos os setores sociais. A disseminação de informações sem conhecer sua fonte verídica pode causar desconfiança, embora as pessoas possam, adicionalmente, ver essas informações como sendo firmes, tornando-as perigosas, especialmente, durante os períodos eleitorais, quando a manipulação política é alta nas mídias sociais. Devido a estas questões, deve haver regulamentação das redes sociais diante da disseminação de notícias falsas, discursos ofensivos e o debate sobre a liberdade de expressão que influencia o voto de um candidato.

Contra este pano de fundo, as pessoas devem acentuar a impunidade da sociedade mundial para este tipo de defeito moral. Apesar do aumento exponencial de notícias falsas dirigidas a partidos políticos e candidatos com o uso da Internet, o poder legislativo nacional não tomou nenhuma medida concreta. Isto fará com que os usuários da internet usem as palavras erradas para influenciar outros grupos de sua ideologia política, prejudicando, assim, a análise correta dos candidatos pela população manipulada e afetando indiretamente os votos da eleição. Além disso, as opiniões dos grupos sociais sobre estas informações são preocupantes, pois a censura é uma privação da liberdade de expressão, e é diferente da punição da manipulação compulsória como a calúnia, e outras devem ser reconsideradas.

Em segundo lugar, deve ser observado que 2014 não foi apenas um ano de eleições, mas também um ano de discurso de ódio de candidatos, e outros que não pouparam esforços em seus discursos. Além disso, pode-se notar que a prática do discurso do ódio também é comum nas redes sociais. Segundo uma ONG brasileira, Safernet, que se dedica à defesa dos direitos humanos na Internet, houve 90.000 queixas relacionadas ao discurso do ódio em 2015, das quais 55.369 estavam relacionadas ao racismo, 4.252 estavam relacionadas à homofobia e 4.252 estavam relacionadas à intolerância religiosa. Estes discursos de ódio não só foram destacados em 2015, mas também para a sociedade atual em que vivemos. De fato, entre os direitos que o homem possui, há uma certa hierarquia natural, sendo alguns superiores a outros por desvalorizarem as pessoas em troca do poder absoluto da população nas eleições. 

No entanto, existem dois outros lados deste argumento, que vão aos dois extremos, como não ter nenhuma regulamentação, que é conhecida pelo conceito de liberdade de expressão, e ter plena interferência, que tem melhor segurança quando se trata da vida política do país. Não se limitando à internet, a opinião não mediada chegou às ruas. As campanhas de adesivos, os debates universitários e os ataques aos jornais considerados irreverentes, assim como as visões e posições mais ofensivas, provam que a reverência aos outros não é mais uma restrição à liberdade de expressão. Como resultado, a localização da mídia social tornou-se mais firme e mais reconhecível, e a divisão de ideias ficou clara. 

Sem veneração pelos outros, é razoável descrever que a liberdade de opinião se tornou uma arma para compartilhar concepções e debates nos dias de hoje. Dados os aspectos abordados, pode-se ver que fatores como o discurso do ódio, a disseminação de notícias falsas e a falta de responsabilidade em se expressar podem afetar as decisões políticas daqueles que ainda não votaram. Todo ser humano tem o direito de se expressar como está escrito na Carta de Direitos. Entretanto, existe o desejo de rever e saber o que será dito ou escrito para o público. Portanto, deve haver uma regulamentação nas mídias sociais sobre notícias falsas, discursos de ódio e a promoção da campanha eleitoral por terceiros, uma vez que ela é proibida pela Lei Eleitoral.

SOURCES

https://www.techtudo.com.br/listas/2018/08/como-acontece-a-manipulacao-da-opiniao-publica-nas-redes-sociais.ghtml

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/estudo-aponta-manipulacao-politica-pela-internet-em-70-paises-em-2019

https://journals.openedition.org/revestudsoc/48686

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/08/01/interna_politica,877450/fake-news-sao-uma-praga-e-ameaca-real-a-democracia-brasileira.shtml

https://epoca.oglobo.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/02/ha-um-aumento-sistematico-de-discurso-de-odio-na-rede-diz-diretor-do-safernet.html

https://www.agenciaunico.com.br/blog/redes-sociais-x-eleicoes-o-certo-e-o-errado/

https://www.agazeta.com.br/es/politica/campanha-eleitoral-na-internet-o-que-pode-e-o-que-nao-pode-0920 https://www.archives.gov/founding-docs/bill-of-rights

Ensino médio, o depois e outras divagações

Texto por Arthur Netto

É engraçado pensar que meu eu do futuro precisa escrever um texto sobre a vida depois do ensino médio – o do passado, provavelmente, nem acreditaria que tal coisa existisse de fato. Isso porque minha vivência do ensino médio foi, em grande parte, baseada numa visão idealizada (e bem errada) do que seria ser um bom estudante, o que ofuscou a visualização de uma vida depois da beca, fora de toda aquela atmosfera e perfil de aluno que eu construí. Fazer uma faculdade pública de Medicina sempre foi meu maior objetivo, e o sistema seletivo brasileiro, obsoleto e arcaico, parece condenar qualquer um que almeja um curso superior concorrido a praticamente gabaritar os vestibulares, diante de uma concorrência tão absurda e formada por um exército de alunos de cursinho com anos de preparo.

Chegar ao ensino médio e ter o primeiro contato com o altíssimo nível das principais provas do país abala a autoconfiança até dos mais confiantes. Como se não bastasse, conhecer a relação candidato-vaga (c/v) de alguns cursos só piora a situação: em 2020, por exemplo, o curso de Medicina da Unesp teve uma concorrência de mais de 310 c/v, fato que aprofunda violentamente o sentimento de incapacidade e despreparo do vestibulando de primeira viagem. 

Como consequência desse cenário inicialmente caótico, os alunos com esse tipo de objetivo são quase coagidos a seguir um de dois caminhos: desistir ou forçar a si mesmos a incorporar um personagem irreal do estudante que não se cansa, não se frustra, não precisa de lazer e tem metas inabaláveis. Essa mentalidade afetou intensamente meu cotidiano durante os três anos de ensino médio: mal saía com meus amigos e, quando saía, a culpa logo corroía o breve bem-estar proporcionado pela quebra da rotina. Com o início do terceirão, sair do Núcleo de Teatro – um dos únicos espaços nos quais eu me sentia leve e satisfeito – e evitar fazer qualquer coisa que não fosse relacionada ao vestibular pareceram a escolha mais sensata para o menino que obstinadamente se sentia obrigado a passar na faculdade sem cursinho, afinal, eu não tinha carregado o fardo de ser o aluno ideal à toa. 

Os primeiros meses de 2020 chegaram e a vida depois do ensino médio já não mais habitava um tempo futuro. A angústia sustentada pelas frágeis esperanças nos resultados de provas que ainda iriam sair moldou o astral do momento por completo, e conformar-se com a condenação ao cursinho, sem tempo para lidar com a frustração, era a única opção. No começo, aceitar em resignação a vida no meu maior pesadelo não foi nada fácil: crises de choro e a sensação de não pertencer à minha própria realidade e identidade me assombravam todos os dias e todas as noites. Tragicamente, o início da pandemia somou-se àquele contexto sombrio como se tivesse saído de um roteiro hollywoodiano, tornando pior o que parecia impossível de piorar. 

Naquela perspectiva, o EaD soou como uma nova condenação: eu estava sendo impedido de sustentar o personagem do estudante de cursinho perfeito, que só continua vivo dentro das salas de estudo, encara destemidamente seus concorrentes e carrega um fichário bem gordo cheio de listas de exercícios resolvidas e livres de pendências.

Entre lobo e cão (fica aqui minha homenagem aos livros de leitura obrigatória), a única rota a ser seguida, com perdão do clichê, apontava para dentro de mim e demandava uma reforma de mentalidade e autoconhecimento. Passei a me questionar sobre a validade de certas crenças cultivadas durante a época de escola e o que, de fato, é ser um bom estudante. A resposta para isso ainda não alcancei e talvez nunca alcance, mas ter coragem de pôr em dúvida nossas próprias concepções daquilo que julgamos ser ideal para nós mesmos me aprimora enquanto indivíduo e aluno cada vez mais.

Essa jornada, por vezes penosa, mas que agora eu vejo como necessária, ainda não acabou. Entretanto, olhando da relativa calmaria para a sucessão de tempestades as quais eu e vários outros colegas com objetivos semelhantes cruzamos, sinto muito orgulho e tenho a certeza de que o amadurecimento, os entendimentos (e desentendimentos) sobre nossos mundos internos e externos são conquistas que ninguém jamais tirará de nós. E me faz muito feliz estar confortável em expor aqui uma parte, mesmo que pequena, de um lado meu mais vulnerável. Antes, eu provavelmente veria isso como uma auto-humilhação.

Então, enquanto testemunha da existência de vida após o ensino médio – e não a que planejei –  digo para os que adentraram há pouco o universo do pós-fundamental e dos vestibulares, como um jeito de falar com meu antigo eu, que as coisas estão fora do nosso controle mais do que imaginamos, e muito daquilo que arquitetamos vai se desenrolar por meandros distintos dos que traçamos. A única coisa a fazer é exercitar regular e gradualmente a compreensão disso, tanto em nossa vida pessoal, quanto acadêmica. Espero, sinceramente, não soar como o autor de um livro de autoajuda, até porque entender tudo isso ainda é um processo para mim também.

Finalmente, minha intenção não é encorajar a boa alma que se dispôs a ler esse texto até o fim a destruir suas metas e ambições, pelo contrário, mas sim a aprender a respeitar e acolher suas ambiguidades e deixá-las fluir mais livremente. Nas palavras de Joseph Campbell, “devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para ter a vida que nos espera”.  

Tenho certeza que você vai amar esses realities!

Texto por Thomas Conway

Desde o começo da pandemia, reality shows têm sido um tópico crescente nos assuntos mais comentados por todos nós. Para aqueles momentos em que estivemos mais separados e isolados, ver pessoas convivendo, competindo, fofocando e brigando nos trouxe um assunto para discutir. 

Tivemos edições fenomenais do Big Brother Brasil, possivelmente o reality brasileiro mais famoso, em que só se falava sobre isso, mas ele não é o único modelo de “reality series” disponíveis. Na verdade, a variedade é tão grande que consegui montar uma lista incrível de indicações para quem se interessar em competições, experimentos, e, é claro, em fofoca. Além disso, essa lista me deu uma boa desculpa por passar grande parte do meu tempo vendo reality shows. Se me criticarem, vou falar que tudo é por causa de uma matéria jornalística. 

Bora pra lista!

  1. The Circle (Netflix)

“The Circle” é uma ótima sugestão para o começo da nossa lista. Suas temporadas americanas e a brasileira refletem muito do mundo de redes sociais em que vivemos e os impactos que, literalmente, apenas uma foto pode causar. O reality tem tudo a ver com distanciamento social, já que o jogo se dá com cada jogador separado em seu apartamento no mesmo prédio, e a competição é para ver quem é o mais popular entre eles apenas pela criação de um perfil de redes sociais, e pelas mensagens em chats privados ou em grupo. Além disso, a veracidade do perfil é colocada em questão pelos jogadores, por eles poderem usar histórias e fotos fakes para subir no ranking de popularidade. 

  1. Masterchef Brasil (Band)

Mesmo sendo um reality que todos conhecem, o Masterchef é bem mais que apenas uma competição culinária. Na temporada de 2021, o jogo social dos cozinheiros amadores é colocado à prova em dinâmicas entre eles, muitas vezes, criando situações que geram entretenimento para nós, que julgamos todos aqueles pratos profissionais mesmo sem saber cozinhar um arroz. A temporada atual passa todas as terças-feiras na Band, e também pode ser encontrada no youtube, assim como todas temporadas passadas! (Finalmente alguma coisa de graça). Apesar da fome que ficamos vendo os pratos que são feitos por eles, o Masterchef é um programa ótimo e que todo mundo adora.

  1. Mandou Bem (Netflix)

Já que estamos falando em realitys culinários, “Nailed It” não pode ser esquecido. O que torna o reality diferente e único é que os participantes não sabem cozinhar. As provas mirabolantes envolvem a criação de doces elaborados, mas com curto tempo. O resultado sempre é engraçado e a competição é por qual é o menos pior! Para quem procura se divertir rapidamente e não tem interesse de ver a série completa, “Mandou Bem” tem participantes diferentes para cada episódio, deixando tudo mais dinâmico e interessante. 

  1. Casamento às Cegas (Netflix)

Na pauta de realitys inesperados, “Love Is Blind” ou “Casamento às Cegas” é baseado totalmente na surpresa. O reality trabalha com a temática casamentos e tenta juntar casais que sempre sonharam com esse momento especial. A parte mais legal é que os casais interagem sem se ver por 10 dias. Separados por uma parede, eles conversam diversas vezes até se apaixonarem. Depois disso, eles se conhecem pessoalmente e ganham um casamento e lua de mel no México. Para os fofoqueiros de plantão (contando comigo), não dá pra perder os últimos episódios que mostram a fase pós-noivado, para saber se os casais fizeram as escolhas certas até o dia do casamento, e a minissérie que conta com a reunião dos casais que se passa mais de um ano depois. 

  1. The Masked Singer (Globo)

Mais uma sugestão de reality sobre surpresas. Mas, ao contrário do último, quem fica à espera da revelação somos nós, os espectadores. The Masked Singer Brasil é um reality de canto que passa na Globo, toda terça-feira, e se trata de uma competição entre artistas famosos, com a sacada que eles sempre se apresentam vestindo fantasias, fazendo com que a voz seja nossa única dica de quem eles são. Fica como trabalho dos jurados, também famosos, chutar quem é o artista por trás da fantasia, e julgar quem foi o melhor e o pior de cada episódio. No final, sempre vemos algum deles sendo desmascarado, e nos surpreendendo, ou não, com a revelação. 

  1. Instant Hotel (Netflix)

Falando em ideias peculiares para reality shows, a próxima sugestão talvez seja a mais inesperada. Já vimos realitys com competições entre pessoas, comida, talentos, mas “Instant Hotel” inova sendo uma competição de airbnb’s. Além de tudo, são airbnb’s da Austrália. Parece estranho, mas é bom demais. Os participantes são duplas que cuidam do seu apartamento, que é feito para ser alugado, e competem entre si para o posto de melhor airbnb, visitando cada um deles e dando notas para seus oponentes. O mais interessante do reality é que realmente saem brigas motivadas pelos apartamentos e pelas notas dadas, além de ser um ótimo jeito de conhecer um pouco da Austrália. 

  1. Queer Eye (Netflix)

Minha última sugestão é um reality que eu não podia deixar passar. “Queer Eye” é um reality perfeito para aquele dia que você precisa sorrir, mas ainda não achou um motivo. Não é o tipo de reality em que você faz uma maratona, mas serve como quase um abraço quando a gente precisa. Cada episódio gira em torno de um “makeover” feito pelo Fab Five, cinco pessoas LGBTQIA+ especializadas em assuntos como moda, cabelo, cultura, comida e decoração. Os cinco especialistas são capazes de transformar a vida da pessoa inscrita, desde sua aparência e a aparência de sua casa, até seus conflitos familiares ou inseguranças. Todo assunto debatido é de extrema importância e cada episódio tem uma história diferente para ser contada, que sempre termina em uma nota positiva após a transformação. 

7 dicas de como fazer o seu curta

Texto por Bernardo Louzada e Victória Lopes

  1. Faça um roteiro

Toda vez que for gravar um projeto de audiovisual é sempre bom já planejar o que será gravado, caso seu curta tenha falas, é ideal fazer um script, apresentando os locais onde será gravado e as falas. Outra opção seria desenhar um storyboard, no qual cada cena tem um esboço como uma história em quadrinhos, já idealizando o que será gravado.

Exemplo Script:

Interior. Dia. Quarto

Personagem 1 e Personagem 2 estão sentados na cama procurando um filme para ver na televisão

Personagem 1

Você quer ver um filme de ação?

Personagem 2

Pode ser!

Exemplo Storyboard:

  1. Reparar na continuidade

Ao gravar as cenas, tomar muito cuidado com a continuidade de cenas, procure continuar na mesma iluminação, no mesmo cenário e estar usando as mesmas roupas, pois a falta do fluxo entre as cenas representa um grave erro na montagem do curta, tornando evidente a falta de cuidado. Pode parecer que não, mas a falta de um elemento que estava lá antes é muito fácil de ser reparado.

  1. Grave como quiser

Não é necessário gravar todas as cenas em sequência.  Para que fique mais fácil, as cenas mais difíceis e complexas podem ser feitas por último, e a ordem correta das cenas pode ser corrigida na edição final.

  1. Faça com antecedência

Pode parecer fácil, mas a montagem final não é simples, ela é importante para corrigir qualquer erro que tenha passado despercebido nas gravações. É melhor fazer uma revisão minuciosa para corrigir tudo e entregar um curta impecável. 

  1. Como corrigir pequenos erros no curta

Caso você tenha tido um pequeno problema com a iluminação do ambiente na continuidade, coloque em preto e branco, fazendo com que a diferença nas luzes passe imperceptível. Ou se tiver problemas com o som ruim, deixe o curta todo no mudo. O cinema é um espaço livre, você não precisa justificar o uso do preto e branco e nem do cinema mudo, é sua liberdade artística.

  1. Sobre o som

Se quiser gravar com uma câmera e achar o som dela ruim, grave a imagem com a própria câmera e o áudio no celular. Caso não exista a opção de “gravador” no seu aparelho, use a câmera do telefone e grave com qualquer imagem. Para sincronizar na hora de editar, bata uma palma na frente da câmera de vídeo enquanto estiver gravando o som, é a mesma função de uma claquete.

  1. Aplicativos para edição

O IMovie funciona para aqueles que têm o operador IOS, já o Adobe Premiere Rush comporta Android e IOS, existem outros aplicativos também, mas eu recomendo esses dois, pois são os que eu uso com frequência.

Agora que você aprendeu a fazer o seu curta, que tal se inscrever no 1° JP CurtaFest?

O evento vai ser muito legal e tem o regulamento bem facinho: o vídeo pode ter até 10 minutos de duração e pode ser enviado até 22 de outubro. Deve também conter uma sinopse do filme, storyboard, justificativa teórica, roteiro e um making-of. 

Outro aspecto importante é o embasamento do filme relacionado ao tema deste ano, que é “As múltiplas faces da desigualdade”, além disso, pertencer ao gênero de ficção (narrativa imaginária) ou documentário (história real).

Os jurados ainda não foram revelados, mas os prêmios sim! As categorias avaliadas serão: Melhor Curta Documentário, Melhor Curta de Ficção e Melhor curta voto popular, e todos os curtas premiados levarão pra casa um troféu da primeira edição do festival.

Se eu fosse você não perderia tempo e me inscreveria agora!

Victória Lopes, aluna do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM

Bernardo Louzada, aluno de Publicidade e Propaganda da USC

JPhake – O retorno do Fala JP!: uma edição especial ou apenas uma fachada?

Fontes apontam que ex-alunos demonstram comportamentos suspeitos e segundas intenções.

Texto por Anita Scaff e Gabriela Craveiro

O Fala JP! está de volta e com ele alguns dos mais célebres ex-alunos que já pisaram no Jean Piaget. A convite das professoras Cristiane Choia e Natalí Sorrentino, esses alunos retornaram às suas origens para escrever uma edição exclusiva do Fala JP!. No entanto, o que muitos não sabem é que, de acordo com fontes confiáveis, os alunos tramam retornar à escola por definitivo. Cansados da vida pós-ensino médio, o grupo seleto tem dado indícios de que não pretende fazer desta atividade algo de uma única vez, mas sim, busca se envolver nos mais diversos eventos escolares. Tudo indica, portanto, que essa edição do jornal nada mais é do que um grito de socorro dos alunos, que almejam desesperadamente a atenção que recebiam na escola.

Alguns acontecimentos recentes comprovam isso. Gabriela Craveiro e Anita Scaff, as oradoras da última formatura presencial, parecem estar envolvidas no caso, pois foram avistadas nas proximidades do estúdio de música todas as terças do último mês. Isso levanta suspeita porque, quando alunas, participavam da banda da escola nesse dia da semana e, curiosamente, todos os instrumentos têm aparecido afinados e fora do lugar no qual foram guardados. Outra situação peculiar envolveu Thomas Conway, estudante do mesmo terceiro ano das meninas, uma vez que ele trancou o curso de arquitetura na UNESP para ficar em Santos. Embora ele alegue que vai retornar e que o motivo do trancamento foi o ensino remoto, parece que não é este o caso: nossas fontes afirmam que a intenção é de ficar o mais perto da escola possível. Ainda a respeito do grupo que se formou em 2019, temos a ex-aluna Carolina Sousa, atualmente matriculada na UFABC. O “objeto do demônio” da garota foi analisado pela equipe JPhake e foram encontradas diversas tentativas de contato com o professor Reinaldo Lopes, embora o docente tenha ignorado as mensagens devido a compromissos pessoais no Japão. 

Na sequência de ocorridos estranhos, tem-se a suposta mudança repentina do ex-integrante do núcleo de teatro André Cocco Conde para Portugal. Por mais que o garoto diga ter ido para o país a longo prazo, ele nunca foi avistado nas ruas de Lisboa e tampouco tem postado fotos da nova etapa de sua vida em suas redes sociais. Isso é motivo de suspeitas de que ele pode estar envolvido. Ao que aparenta, o líder do movimento é Bernardo Louzada, que, ainda nos seus tempos de aluno JP, demonstrava intenções de se tornar funcionário da escola, pauta já analisada em outras edições do JPhake. Isso porque Paula Freitas, a então responsável por eventos escolares, publicou, no dia 8 de maio de 2021 (mais de 1 ano após a formatura do rapaz), um reels em seu Instagram que contava com a presença de Bernardo e sugeria sua participação em eventos da escola. 

Além disso, pode-se até mesmo dizer que a intenção do grupo de retornar à escola tem sido auxiliada por funcionários da própria instituição. Os infiltrados, segundo nossas fontes, seriam a diretora da equipe de comunicação, Marcela Ferraciú, e o coordenador de ciências humanas, Bruno Joaquim. Ambos, que sempre mantiveram muito contato com a antiga equipe do Fala JP!, foram vistos concedendo acesso aos alunos para a escola de forma clandestina pelo estacionamento. Suspeitamos também que  o novo ônibus JP Explorer tem sido local de reunião do grupo para o debate de novas estratégias para reingressar na escola. 

Portanto, os eventos aqui elencados evidenciam a teoria de que a edição especial do Fala JP! nada mais é do que uma fachada para que os alunos ampliem seu contato com a parte extracurricular da escola, já que as responsabilidades da vida estão beirando o insuportável. Desse modo, prezado leitor estudante do Jean Piaget, atente-se ao caminhar pelos corredores da escola, pois a equipe de ex-alunos pode estar por perto, já que tem demonstrado claras intenções de reestabelecer os antigos vínculos com a instituição. 

OBS.: Foram mencionados apenas os nomes que apresentaram evidências concretas, mas temos razões para crer que muitos outros ex-alunos também estão envolvidos: Ana Badialle, Arthur Netto, Bárbara Astolfi, Beatriz Freitas, Du Lobosque, Enrico Zanetti, Isabella Gemignani, João Gimenez, José Vitor, Larissa Yuko, Melissa Alfinito, Noah Mendes, Pedro Frezza e Victória Lopes, além de Rafael Amin possivelmente auxiliando de dentro.

O futuro da Fórmula 1

Texto por Noah

No último GP Russo da F1, Lando Norris conseguiu seu primeiro Pole Position, e George Russell conseguiu seu segundo top 3 dessa temporada começando em P3, mostrando, mais uma vez, o começo da nova geração do esporte.

Mesmo com a Mercedes e seu domínio da Fórmula 1, ainda assim é possível ver os sinais de mudanças que estão por vir. 

Lando Norris, o piloto da McLaren de 21 anos, está em sua 3ª temporada de F1 e já apresenta incríveis resultados, além de sua pole position, Norris segue com o recorde de mais corridas com pontos de 2021, tendo terminado no Top 10 em 13 das 15 corridas. E atualmente está em 4o lugar no Driver Standings, apenas 12 pontos atrás do piloto da Mercedes, Valtteri Bottas.

George Russell, o atual piloto da Williams e futuro piloto da Mercedes, com apenas 23 anos, mostrou seu talento na F1 em Sakhir 2020, quando substituiu Hamilton, que estava com Covid. Até então, Russell tinha apenas pilotado o carro da Williams, que, nos últimos anos, tem deixado muito a desejar. Em Sakhir, Russell qualificou-se em 2º lugar, atrás apenas de Bottas; e na corrida ele liderou em 60 das 87 voltas, porém, com 2 pit stops desastrosos, Russell terminou a corrida em P9.

Em 2021, Russell continua provando seu talento no esporte. Na corrida belga, o piloto qualificou-se em P2 e terminou a corrida em P2 depois de complicações com a chuva. Além disso, sua qualificação no GP Russo em 3º lugar mostrou que seu talento supera até mesmo os problemas do carro, que atualmente é um dos piores na pista.

Charles Leclerc, o monegasco de 24 anos, está pilotando para a Ferrari desde 2019 e com seu contrato até 2024. Em sua primeira temporada com a Ferrari, Leclerc tornou-se o segundo piloto mais jovem a conseguir Pole Position. E apenas uma semana depois, alcançou sua primeira vitória na F1.

Pierre Gasly, o francês de 25 anos, começou sua carreira de F1 na Toro Rosso (atual Alpha Tauri) e, em 2019, mudou para RedBull, retornando para Toro Rosso ainda em 2019. Ainda em 2019, Gasly conseguiu seu primeiro pódio na F1 em Interlagos, onde terminou em P2. Gasly finalmente conseguiu sua primeira vitória na Fórmula 1 em 2020 em Monza, Itália, onde dividiu o pódio com Lance Stroll (Racing Point) e Carlos Sainz (McLaren).

E, claro, Max Verstappen, o piloto que com apenas 24 anos já conquistou muito na Fórmula 1. O holandês estreou no esporte em 2015, com apenas 17 anos, tornando-se o piloto mais jovem a competir na Fórmula 1. E com, pelo menos, mais uma década pela frente no esporte, Verstappen tem grande chance de se tornar o próximo Schumacher, Vettel e Hamilton.

Todos os grandes nomes da F1 contam com um piloto da futura geração; RedBull tem o Verstappen, McLaren o Norris, Ferrari o Leclerc e AlphaTauri o Gasly.

A próxima geração da Fórmula 1 está mais próxima do que você imagina, e futuras disputas prometem ser mais acirradas e corridas mais emocionantes do que se têm visto nos últimos anos. Porém, quando isso começará a ocorrer ainda não se sabe, pode ser na próxima temporada ou pode ser em alguns anos, a única coisa certa é que quando ocorrer, o esporte ganhará uma nova vida, e definitivamente mais audiência.

Estudar e criar na escola

Texto por Bernardo Louzada – part. de Enrico Zanetti, Nicholas Ferreira, Gabriel Curi, Maria Clara Zanetti e José Vitor Giusti

Estudar já é uma coisa em comum que todos os alunos fazem, mas será que não há nada que os diferencie? Então foi aí que pensei nesse texto, trazer pro Fala JP os projetos que os alunos e ex-alunos estão realizando fora da escola.

Chamei algumas pessoas para mostrar os projetos e aventurar-se comigo nessa.

Eu sou Bernardo Louzada e muitos de vocês devem me conhecer da escola ou de fora dela. Outro dia fui dar um passeio pela escola e passei em uma sala pra ver a Cris Choia, entrei e falei com ela. Depois de conversar, ela me apresentou à sala em questão e recebi um: “Ah, é o menino que ficava apertando botão nas apresentações”. Na época de escola podia ser isso, mas, atualmente, curso Publicidade e Propaganda, e já realizei diversos trabalhos como ator e produtor teatral, apresentador de programa na internet, produtor de desfile de rua, entre outros. Bom, mas não estamos aqui para falar da minha pessoa, então, vamos seguir.

Em primeiro lugar, temos um site de notícias que foi criado pelo Enrico Zanetti e é gerenciado por ele e sua equipe, é o portal Quentaro. Fala mais aí Enrico:

“Olá! Sou o Enrico Zanetti, me formei ano passado e graças a esse jornal descobri que a minha vocação é o jornalismo. Por isso, junto a um amigo meu, criei um portal de notícias esportivas chamado Quentaro.

Ele tem o objetivo de gerar o viver jornalístico para quem se interessa pela área e para quem quer trabalhar com jornalismo. Atualmente, somos uma equipe de 14 jornalistas cobrindo modalidades de esportes e E-sports.

Caso tenha interesse, acesse o nosso site portalquentaro.com e nos acompanhe nas redes sociais @PortalQuentaro!”

Muito legal, né? Mas o próximo não deixa a desejar: um podcast criado por outros ex-alunos baseado na cultura japonesa – esse é o Shonen Show. E quem conta um pouco mais pra gente é o Nicholas, que faz parte do elenco do programa:

“Shonen Show é um podcast otaku criado por fãs para fãs da cultura japonesa. Foi essa paixão por animes e mangás, somada ao entusiasmo por animação e arte, que fez os ex-alunos André Conde, Bárbara Astolfi, Murillo Martins e eu, Nicholas Ferreira, reunirem-se para o projeto ganhar vida.

A produção dos episódios é dividida em três quadros diferentes: reviews, que se caracterizam pelas análises de mangás ou animes em alta; discussões, que se compõem por exercícios criativos divertidos baseados em temas de alguma obra já analisada; papos furados, cujo objetivo é recomendar obras diferentes (e muitas vezes surpreendentes) ao público. Além disso, as páginas no Instagram (@shonen_show) e Twitter (@ShonenShow) são gerenciadas a fim de trazer conteúdos exclusivos, incluindo memes e interações mais próximas com o cast principal.

Para conferir todo o material produzido, busque pelo Shonen Show em sua plataforma de podcast favorita!”

Eu já fiquei animado pra ouvir, parabéns pessoal! Já que estamos nos apps de áudio, temos um aluno artista, e quem fala é o Gabriel Curi – contando sobre seus projetos e novidades:

“Salve, rapaziada. Meu nome é Gabriel Curi Geraigire, para a maioria, Curi e, no ramo artístico, GCG. Achei muito interessante a proposta do Fala JP em convidar os alunos para falar sobre a vida fora da escola, sonhos, desejos e ambições. Então, vou apresentar o GCG, meu alter ego ou o próprio ego da minha pessoa. 

Ele é a parte expressiva da minha personalidade e coloca nas músicas o que tem para dizer, o que sente, algo que exploro nos momentos livres e busco levar como um hobby. Porém, se em algum momento meu som se tornasse viral, nada me impediria de investir mais da minha criatividade em tempo e, consequentemente, dinheiro nisso.

A música, de modo geral, sempre esteve presente na minha vida, desde os momentos de solitude até nos rolês com os amigos e no meio familiar. Uso música para tudo, por isso, me acostumei a colocar no papel minhas reflexões, que anos depois viraram poesias e naturalmente viraram músicas, as quais eu tenho o maior prazer em investir minha atenção e dedicação.

Enfim, hoje é só o início da jornada de tudo que busco ser. Com o término do ciclo escolar, em poucos meses, acredito que será o momento de tomar decisões, me tornar mais responsável e pronto para explorar essa nova fase.

Agradeço pelo espaço, tamo junto!!”

Eu já ouvi as músicas e são sensacionais, recomendo! Valeu GCG! A próxima história é contada pela ex-aluna Maria Clara Zanetti, que participa de um movimento apoiado pela Fundação das Nações Unidas. Conta mais: 

“Oioi! Eu sou a Maria Clara Zanetti, me formei ano passado no Jean Piaget e hoje curso Bacharelado em Biotecnologia na USP. Também faço parte de um projeto criado recentemente, o Girl Up Rosalind Franklin. O Girl Up é um movimento global apoiado pela Fundação das Nações Unidas que busca incentivar jovens a lutarem pela igualdade de gênero, e ele é formado por mais de 3 mil clubes ao redor do mundo, com o Girl Up Rosalind Franklin sendo um deles. Sediado em São Vicente-SP, o clube luta, principalmente, pela igualdade de gênero na educação, procurando encorajar meninas na Ciência e contestar o ambiente machista que é a área científica.

E agora que vem a parte boa! Estamos com inscrições abertas! Por isso, se você se interessou pelo movimento e quer fazer parte, é só entrar no nosso Instagram @girluprosalindfranklin e preencher o formulário de inscrição da nossa bio! Todo mundo que gostaria de ser um ativista pela igualdade de gênero pode participar! Caso alguém tenha alguma dúvida e queira conversar sobre o clube ou sobre o curso de biotecnologia, pode me chamar lá no insta.”

É isso aí, Girl Power! E o último, e não menos importante, é um garoto que desde a minha época de escola já se destacava em projetos escolares e sempre estava comigo no núcleo de Teatro. Quem vai contar os projetos e a história agora é o ZV:

“Fala aí gente! Pra quem não me conhece, eu sou José Vitor Giusti dos Santos, mais conhecido como ZV, estou no 3° ano do ensino médio do JP. Fora do colégio, eu sou músico, estou cursando teatro no Núcleo de teatro do colégio e estou em um curso de modelos na Oficina de Modelos By Clô.

  • Música

Sempre gostei muito de música, desde que eu me conheço por gente. E, em 2018, na última aula de violão iniciante do JP antes das férias de julho, a minha professora me passou uma “lição de casa”, que era escrever uma música. Eu não sabia muito bem como fazer, mas depois que minha professora me mostrou alguns exemplos de músicas feitas com simples sons e batidas, comecei a entender melhor como iria fazer, e foi daí que me veio à mente “se for pra eu escrever uma música, tem que ser A música!”. E foi o que eu busquei fazer, levou aproximadamente três meses pra eu terminar de escrever, e no dia 8 de setembro de 2018, deitado na minha rede à noite, olhando para um céu estrelado na minha casa no Ceará, pude finalizar a primeira versão da minha primeira música “Você”. Depois de dois anos, eu fui atrás de fazer a produção da minha música, e graças à ajuda do meu ex-produtor Lucas Souza, conseguimos criar vida a minha música a qual tem um videoclipe lançado no Youtube e está em todas as plataformas digitais. Foi um sonho realizado, o qual tive a enorme felicidade de o ter realizado próximo de pessoas muito importantes na minha vida. Mas a minha história na música não acaba por aí, pois até o final do ano mais músicas serão lançadas e, se tudo correr bem, no próximo ano, poderei lançar meu tão sonhado álbum.

  • Teatro

Atuar é algo que eu sempre gostei de fazer, fazia pequenas peças no meu antigo colégio, e quando vim pro Jean Piaget, não foi muito diferente. No 6° ano, decidi entrar pra turma de teatro, mas percebi que não era aquilo que eu queria naquele momento, e alguns anos mais tarde, quando eu estava no 9° ano em 2018, decidi que era a hora de voltar para o teatro, e não deu outra, era exatamente o que eu queria! Em 2019, entrei para o Núcleo de Teatro do JP, no qual estou até hoje e sou muito feliz, e graças a ele, vou poder seguir uma possível carreira de ator logo depois de sair do Jean Piaget.

  • Modelo

Depois de fazer música e teatro, eu pensei “o que mais poderia ser interessante?”, e foi daí que eu lembrei que a minha mãe já havia desfilado por um tempo quando era mais nova, e depois de ver grandes amigos e amigas minhas trabalhando com isso, decidi que seria legal fazer um curso de modelo, que iria me ajudar em possíveis performances musicais e teatrais. E depois de três meses fazendo o curso de iniciante na Oficina de Modelos By Clô, posso dizer que eu não me arrependo de absolutamente nada! Pois além de ter conhecido pessoas incríveis, também já tive a oportunidade de participar de meu primeiro desfile, o Primavere-se, que foi feito no Lounge Tremendão. Foi uma experiência maravilhosa, e fico muito feliz em saber que vou poder vivenciá-la mais vezes.”

Esse é o menino BomBril – 1001 utilidades! Hahahahaha. 

E você, faz algum projeto fora da escola e quer que todo mundo conheça? Manda pra gente e vem participar do Fala Jp! Quem sabe esse vai ser o seu projeto?

Ah! E se quiser ajuda, sugestão, indicação, fofoca ou jogar papo fora, pode me chamar no insta @be.louzada

A fenomenologia do tempo perdido

Texto por Rafael Amin

“Minha pátria é minha infância/ Por isso vivo no exílio”. Nesses dois versos, o poeta Cacaso transmite uma visão muito negativa sobre a nostalgia – como uma pátria perdida, a lembrança, no poema, é tida como peso que nos impede de abandonar a infância e amadurecer. Mas a nostalgia não necessariamente toma essa forma negativa. Tal como a consciência de Hegel, a memória pode ser “em-si”, “para-si” e “em-si e para-si”, e talvez nenhuma obra de arte tenha se dedicado tanto a tratar sobre isso do que “Em Busca Do Tempo Perdido”.

A grande obra de Marcel Proust foi publicada entre 1913 e 1927, compondo um total de 7 romances. Nas mais de 3 mil páginas que formam a obra, acompanhamos a formação e o amadurecimento de um jovem da elite francesa. Mas muito mais do que apenas um romance de formação, a obra de Proust trata da relação do narrador protagonista com suas lembranças.

No primeiro ciclo de “Em Busca do Tempo Perdido”, são mostrados os anos de formação do protagonista. Em meio a um ambiente da nobreza francesa, a subjetividade do personagem principal é constituída por sensações que criam e evocam memórias, seja por cheiros, sons ou gostos. O momento mais emblemático disso é quando ele toma um chá com migalhas de madeleines e é surpreendido  por um episódio de memória involuntária: subitamente ele se esquece do presente é transportado para o jardim da avó que marcou sua infância. Com isso, temos uma síntese da ideia de memória “para-si”, ela é involuntária e depende das sensações. Além disso, naquele momento, o narrador a vê como completa por si mesma, já que ele não investiga as raízes da sua memória, mas tal percepção mudará com o amadurecimento do narrador. 

Se os anos de formação do protagonista da obra proustiana são marcados por uma explosão de sensações, sua vida adulta – o segundo ciclo do romance – é constituída pela rotina. Tudo parece batido – até a escrita do livro abandona o lirismo da primeira parte em prol de uma descrição mais filosófica –  e a ação do livro se dá apenas por meio de longos diálogos.  Um momento emblemático disso é uma fala do protagonista sobre nomes próprios: ele apresenta a tese de que o nome não é um signo que representa algo, mas sim que ele contém em si mesmo significado. Toda essa rotina, entretanto, esconde uma visão problemática sobre nostalgia, que é revelada no livro “a prisioneira”.

Em “A Prisioneira”, parte mais claustrofóbica do romance, vemos as consequências da acomodação. Aqui o protagonista não aprende com suas sensações – afinal, sua subjetividade já está formada – mas tenta encaixar a realidade em sua percepção nostálgica do que ela deveria ser. A divagação sobre nomes próprios é levada às últimas consequências, o narrador vê-se como o único que pode dar significados aos nomes, dessa forma, força sua subjetividade ao outro, e nisso prende a si mesmo nas suas percepções de mundo.

Nessa prisão tautológica em que “eu” se apresenta como igual à “eu” e o sujeito não consegue superar sua própria subjetividade, a nostalgia encontra-se em seu momento em-si. E da mesma forma que na “Fenomenologia” Hegel chama a consciência em-si de infeliz, esse tipo de nostalgia é negativa e atua como uma peso nas pessoas. É nesse momento que a metáfora do “exílio” de Cacaso faz sentido, já aqui a nostalgia é só memória que não pode ser consumida no presente. Mas Proust não se contenta em acabar sua obra dessa forma.

Se em Hegel a superação da consciência em-si envolve sempre um elemento externo, na parte final de “Em Busca do Tempo Perdido”- apropriadamente chamada de “tempo recuperado” -, a nostalgia “em-si” é rompida por algo além do sujeito: a morte de uma personagem e o  início da Primeira Guerra Mundial. Ambos os eventos servem de ruptura para a prisão subjetiva do protagonista, e o palácio confortável da memória é forçado a se chocar com a realidade. Tanto a vida pessoal do personagem principal quanto a vida coletiva francesa não podem voltar a ser o que eram antes desses dois eventos, o que era rotineiro agora nem existe mais, contudo, a memória do protagonista, como um mecanismo de defesa, tenta suprir essa ausência por meio de vários episódios de lembranças involuntárias. 

Se na primeira parte do romance o protagonista não explora a fundo a memória das madeleines, em “tempo recuperado”, a simples sensação da lembrança não é suficiente para suprir a ausência, por isso, o narrador finalmente começa a investigar a fundo sua nostalgia. Nesse processo, ao tentar entender suas memórias, ele se descobre narrador, e planeja escrever um livro que muito se assemelha ao próprio “Em Busca Do Tempo Perdido”. O processo de narrar é importante porque é uma forma de linguagem que não se preocupa apenas  com descrever as sensações (para-si) ou catalogar conceitos (em-si), a narração é um processo de rememoração histórica, em que a memória é ordenada como elemento de compressão e transformação do presente, tornando-se tanto “para” quanto “em” si. 

No final, Proust – com todos os seus limites de intelectual da elite francesa – chocado com os resultados da primeira guerra, propõe uma forma de subjetividade mais humana, que depende de um novo uso da nostalgia. Assim, o trabalho de narração em cima da memória de “Tempo Recuperado” é um processo, em termos hegelianos, de “suprassunção”: a negação do elemento individual da nostalgia, a conservação de sua beleza e a superação do campo ideal das lembranças, trazendo-as para a realidade material. É nesse movimento que se pode ir além da infância, abandonar o exílio e consumir toda a energia da memória como combustível para a criação de um presente mais belo.